quarta-feira, 1 de abril de 2015

DERRUBADAS

Cara, o país tem muitos desafios pela frente.
Podemos começar com o indecente número de 32 partidos políticos legalmente constituídos, com ideologias “à moda da casa”, fruto de uma legislação que contempla fidelidades e infidelidades “ao gosto do freguês”, ou melhor, ao gosto da maioria de plantão, que pode facilitar ou dificultar a criação desses “Frankensteins”, dependendo, logicamente, do benefício, ou não, naquele momento. Não seria a hora de uma rediscussão do assunto?
- Não se preocupe, vamos às ruas derrubar a presidente!
Vejam os nossos investigados presidentes da Câmara e do Senado que têm históricos nada animadores e muitas nebulosidades em suas trajetórias políticas e fizeram campanhas caríssimas para ocuparem esses cargos, com promessas de gastos bilionários como, por exemplo, construir um anexo ao Congresso, incluindo regalias para todos os gostos, ao custo inicial de  1 bilhão de reais. O que faremos?
- Não se preocupe, vamos às ruas derrubar a presidente!
Muitos reclamam que existem ministros do Supremo Tribunal Federal que proferem sentenças descoladas da vontade da população. Estranho, vai fazer exatamente 1 ano que um desses ministros “pediu vistas”, ou seja, interrompeu uma votação, a qual os demais ministros já haviam dado a maioria de votos (6 a 1) por sua inconstitucionalidade, de um processo que argumentava que as indefectíveis doações de empresas que financiavam as eleições são inconstitucionais e devem ser substituídas por doações dos cidadãos, com um teto definido e são raras as vozes que se manifestam contra a arbitrariedade desse ministro! Que atitudes tomaremos em relação a isso?
- Não se preocupe, vamos às ruas derrubar a presidente!
É uma realidade que o crime organizado vem usando menores de idade em suas ações delituosas, em virtude do amparo legal que os protegem. E o que querem decidir, movidos por uma repentina urgência, nossos despreparados e pressionados parlamentares, mesmo antes de uma discussão desapaixonada, equilibrada e aprofundada deste complexo problema predominantemente social? Simplesmente jogar esses jovens, reféns de nossos desajustes sociais, das omissões do poder público e da hipocrisia desavergonhada de nossas elites, em nossas fétidas, superlotadas e incivilizadas penitenciárias! Uma solução coerente com os ideais daqueles que sempre decidiram nesses 500 anos de história de apartheid deste nosso pobre rico país. Lutaremos por um debate civilizado, humano e agregador ou simplesmente iremos nos acomodar e aceitar o mote simplista de que “são argumentos de uma esquerda ultrapassada”? Como poderemos contribuir com esta discussão?
- Não se preocupe, vamos às ruas derrubar a presidente!
Cara, nossas escolhas andam meio derrubadas!

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